O despertador toca estridente, e ela acorda num sobressalto. E antes mesmo de abrir os olhos lá está ele, o pensamento que ela quer arrancar da cabeça, atormentando-a desde o primeiro segundo do seu dia. Ela senta na cama e fica olhando para a parede branca à sua frente, como se estivesse anestesiada. Quanto tempo ela passou daquela maneira não se sabe, sua noção de tempo foi arrancada, e agora a única coisa que ela conhece é essa dor que reside em seu peito. Dor essa que não passa, e que lhe fez esquecer como é se sentir bem, estar bem.
Todos os movimentos que faz são mecânicos, sem vida, sem vontade. Tenta afogar seus pensamentos na água forte do chuveiro, mas é em vão. Ela sai de casa e nem lembra de tomar café-da-manhã, no caminho pra universidade, os pensamentos invadem sua mente, e são tão ruins, fortes e dolorosos que transbordam através dos seus olhos. E o dia se arrasta, ela encontra os amigos, conversa, ri.. mas ninguém pode saber o que realmente se passa com ela. A vida dela agora é chorar. Era tudo tão bom, tão intenso. Agora ela só sente dor, com toda intensidade possivel. E o pior de tudo é saber que é irremediável. Só o tempo poderá amenizar esse sentimento tão ruim. Ela sabe que está impotente diante disso, e só o que pode fazer é esperar. As feridas no seu coração estão abertas, até que elas cicatrizem, não há nada que possa ser feito.
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